quinta-feira, 8 de março de 2018

Apoiado com aclamação!

A Câmara de Tomar deliberou "mostrar desagrado" junto da direcção do Convento de Cristo e da Direcção geral do Património Cultural, a entidade de tutela, porque o conjunto monumental Castelo dos Templários - Convento de Cristo esteve fechado no Dia de Tomar, justamente quando se comemora o início da edificação do castelo, notícia a Rádio Hertz.
Sem cuidar de saber quem apresentou a proposta ou quem a votou favoravelmente, Tomar a dianteira 3 apoia com aclamação, coisa rara, como os leitores bem sabem. E aproveita para alertar os senhores autarcas para o facto de o citado encerramento ser apenas um detalhe da parte visível do iceberg. Caso estejam mesmo interessados em melhorar a actual situação dos dois monumentos, protestando em nome dos tomarenses junto da entidade gestora, aqui vai uma listagem das mazelas a corrigir:

1 - Quando o castelo está iluminado, a respectiva Torre de menagem (à direita na foto) continua na escuridão há mais de dois anos:

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2 - A prisão da Inquisição, por baixo da Torre de Dª Catarina, (no meio da foto acima), que sempre esteve aberta ao público, beneficiou de obras de conservação, mas terminadas as mesmas nunca mais reabriu;

3 - A entrada do Convento pela capela de S. Jorge é indigna num país europeu, provocando longas filas para comprar o bilhete de entrada, além de não permitir o acesso a obesos, pessoas com necessidade de canadianas, carrinhos de bébé ou cadeiras de rodas:





4 - A Sala dos cavaleiros e a antiga Enfermaria conventual, onde mais tarde funcionou o hospital militar, estão fechadas desde que o hospital foi desactivado, há mais de 15 anos:

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 Varanda coberta da antiga enfermaria conventual, fechada ao público

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Aspecto da Sala dos Cavaleiros do Convento de Cristo, que não está aberta ao público

5 - A cisterna do claustro da Micha, irmã da marroquina de El Jadida, ex - Mazagão, não está acessível aos visitantes:

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6 - O Tribunal da Inquisição (as Salas das Cortes) não faz parte do usual circuito de visita, por falta de adequada sinalização:

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Uma das três salas  onde funcionou o tribunal da Inquisição no Convento de Cristo

7 - Dada a complexidade do monumento, é inaceitável que apenas haja visitas guiadas quando solicitadas com antecedência:

8 - O horário do monumento, que é praticamente o da função pública, não se coaduna com as necessidades do turismo moderno.

9 - Não há qualquer controle de segurança à entrada do monumento. Desde que se pague, entra-se. Com ou sem mochilas. Com ou sem más intenções.

10 - Além de 1 de Março, o Convento também está encerrado a 1 de Janeiro, domingo de Páscoa, 1 de Maio, 24 e 25 de Dezembro, justamente quando mais cidadãos estão livres para o visitar.

11 - É absurda a actual situação administrativa do Convento de Cristo. A Câmara, que representa sempre todos os tomarenses, seja qual for a sua cor política, assegura como lhe compete os acessos, a limpeza, o estacionamento e a iluminação exterior. Mas nada tem a ver com a gestão, que depende da DGPC, instalada no Palácio da Ajuda, a 130 quilómetros de Tomar, quando a sede do poder local fica a cem metros em linha recta. Lisboa cobra as entradas (mais ou menos milhão e meio de euros por ano). Tomar assume as despesas, excepto com o pessoal.

12 - No mandato de António Paiva, a câmara investiu centenas de milhares de euros na recuperação do caminho pedonal para o Convento, pelo interior da Mata dos sete montes:

o projecto obedece a uma filosofia que aposta nos acessos pedonais como “facilitadores” da ligação da cidade ao Convento de Cristo e vice-versa. Como tal, prevêem a requalificação do percurso pela Mata Nacional dos Sete Montes, que foi alvo de uma candidatura já aprovada, (O Mirante, 13/07/2009)

Ao contrário do que acontecia antes do 25 de Abril, a direcção do monumento nunca assegura a abertura da porta de ligação, na Torre da Condessa. Foi portanto um investimento até agora praticamente para nada.

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Torre da Condessa, vendo-se no ângulo superior esquerdo a porta de ligação ao Convento, infelizmente sempre fechada.

Como se vê, razões para se indignar, manifestar desagrado, pedir, expor, requerer, solicitar, reclamar ou protestar,  não faltam. O que tem faltado é vontade aos senhores autarcas. Será finalmente neste mandato que as coisas começam mesmo a mudar? Ou a manifestação de desagrado pelo encerramento de 1 de Março é apenas fogo de vista?

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