Turismo estrangeiro em Portugal

Acabou-se o estado de graça?

Excepto para os países de maioria muçulmana, 2017 foi o ano de todos os sucessos na área do turismo. Portugal ganhou prémios e mais prémios, e o negócio prosperou a galope. Raros foram os políticos (sobretudo membros do governo e autarcas) que não vieram a público reclamar uma parte dos louros conseguidos. Até em Tomar, apesar da triste situação ser aquela que os profissionais e os simples cidadãos mais atentos bem conhecem, houve autarcas triunfalistas e existem vários projectos hoteleiros, que podem bem vir a revelar-se excessivos. Não seria a primeira vez. O que resta do Grande Hotel, ao lado da Rodoviária, (ver foto) aí está para lembrar que, em matéria de turismo, a euforia é enganadora e dura pouco.

Foto Fernando Henriques

Quanto a perspectivas para 2018, pode bem acontecer que Portugal perca o estado de graça, deixe de estar na moda, e entre em maré descendente. O prestigiado jornal Le Monde (250 mil leitores diários, só na versão papel) já publicou as suas 20 preferências para o ano corrente... e Portugal não faz parte. Mau sinal. Ora veja:

1 - Província do Cabo -África do Sul

2 - Ilha de Malta

3 - Cidade de Nimes - França

4 - Sichuan - China

5 - Nova Orleans - Estados Unidos

6 - Viena - Áustria

7 - Coreia do Sul

8 - Cargèse - França

9 - Mauritânia - Deserto Sara

10 - Egipto

11 - Les Charentes - França

12 - Costa Rica

13 - Rússia

14 - Kampen - Alemanha

15 - Jordânia

16 - Abu Dhabi

17 - Baixa Califórnia - México

18 - Cambridge - Inglaterra

19 - Zanzibar

20 - Pisa - Itália

A Espanha também não figura na lista? Pois não. E daí? Como bem diz a publicidade, España es diferente. Está muito lá para a frente. Em 2017, nuestros hermanos e vizinhos registaram 78 milhões de visitantes. Quem é que gosta de se meter em apertos? Praticamente só os carteiristas e um ou outro viciado no encosto.