terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Comparando o incomparável

Tomar e Fortaleza não têm comparação possível. Uma metrópole de dois milhões e meio de habitantes pouco ou nada tem em comum com uma pequena urbe de 45 mil almas. Que tem o Convento de Cristo e a Festa dos Tabuleiros, bem sei, mas não dispõe de quilómetros e quilómetros de praias, com uma temperatura praticamente constante durante todo o ano, da ordem dos 28 graus centígrados, e a sombra dos coqueiros. Tendo este abismo em conta, seguem alguns preços e custos reais, para que os meus queridos conterrâneos possam perceber as diferenças existentes na vida corrente.
A habitação é relativamente mais barata, com 1 euro actualmente a valer 4 reais. Tomo como exemplo o imóvel onde habito, situado a menos de 50 metros do Aterro da Praia de Iracema (para poder verificar no googlemaps, fica entre a Av Monsenhor Tabosa e o aterro - Av. Raimundo Girão), que tem 27 anos, 17 andares e 8 apartamentos por andar. Aqui, um apartamento T 1 de 50 metros quadrados, mobilado, equipado e pronto a habitar, compra-se por 200 mil reais, o que equivale a 50 mil euros.

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O ITBI, imposto de transacção de bens imóveis, fica por 1.150 euros, a escritura por 918 euros, e o registo predial custa outro tanto. O condomínio é de 118 euros mensais, incluindo limpeza e iluminação dos acessos interiores, recolha do lixo doméstico, ascensores, segurança 24 horas, guarda nocturno, lugar de garagem, água e gás. A electricidade é paga à parte, ficando por 25 euros mensais, que englobam 2,75€ para a iluminação pública.
Indo mais para o geral, uma viagem nos autocarros urbanos custa 1,25€, mas os mais de 65 anos não pagam, mediante a obtenção prévia de um cartão de identificação. Nos supermercados não há a fartura europeia. Muita quantidade, mas pouca escolha. Geralmente apenas um tipo de batata ou de tomate. Um quilo de peras argentinas fica por 3,43 euros e um quilo de maçãs por 2,52€. Em contrapartida, um quilo de bananas não vai além de 1 euro, tal como acontece com os abacaxis (ananases, em português do Brasil). Há conservas de sardinhas e de atum, mas são fracas. As importadas de Portugal chegam a ultrapassar os 3 euros/lata. O mesmo acontece com os queijos. São caros e de vaca. Os importados de Itália e Espanha, mais raramente de Portugal, atingem preços proibitivos. Uma cerveja custa entre, 1,5 e 2 euros, nas barracas de praia, mas duas águas de coco ficam por 1,25€.
Os apreciadores de doces e pastelarias não serão muito felizes por estas paragens. Há acepipes salgados por todo o lado, porém doces é coisa mais rara. Ali no calçadão está às vezes um vendedor de pastéis de nata, mas quer 1,25€ por cada um.
Bem sei. Está com essa na ideia desde o início. A questão feminina e equiparada. Digamos que em todos os casos a única dificuldade é a escolha, dependendo do que se procura e onde.

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