Insistir dos erros só pode conduzir ao desastre final
A esta hora, a senhora presidente da Câmara estará muito satisfeita. Chegou finalmente com mais uma cruz ao calvário. Conseguiu que a sua asneira como presidente dos SMAS vingasse. A Assembleia municipal aprovou, em segunda convocatória e à rasca, aquilo a que chamam o Orçamento e plano dos SMAS para 2018. Dois votos merecem destaque, nesta vitória com algo de pírrico, de Anabela Freitas. O do presidente da Assembleia que, no meu entender, agiu ao contrário daquilo que apregoou na sua justificação de voto, e o dos Independentes do nordeste.
No caso do voto de qualidade de José Fortunato Pereira, a mim parece-me, como tomarense desde que nasci, que andou mal. Proclamou que ia usar o seu voto de qualidade a favor do orçamento e plano dos SMAS porque gosta muito da sua terra. Estranha forma de gostar! Estará convencido que os tomarenses são tão masoquistas e amantes do penacho como ele?
O outro voto favorável, o do ex-inspector, intriga-me. Não tendo objectivamente nada a ganhar em termos pessoais, como interpretar o seu apoio a uma coisa que decerto terá visto como incapaz e até injusta? Haverá acordos não escritos, mas vinculativos, entre os ex-IPT e Anabela Freitas? A seu tempo se saberá, porque tudo acaba por se saber, mais cedo ou mais tarde. Por agora fica a estranheza.
Apesar do aparente triunfo, no lugar da senhora presidente, evitaria embandeirar em arco com esta vitória anã, por dois motivos. Desde logo porque com uma vitória assim tão rés-vés logo no início do mandato, será melhor ir cogitando na conhecida frase de Pirro que, após ter vencido uma batalha com enormes perdas, e felicitado os seus generais, exclamou -Mais uma vitória assim e estou acabado. Depois e sobretudo porque, daqui a um, dois ou três anos, uma vez constatadas as perdas demográficas que mais esta asneira de monta não deixará de provocar, assim contribuindo para agravar a crise tomarense, cá penso estar para nestas colunas lhe perguntar -Afinal de contas, quem ganhou e quem perdeu, senhora presidente? A senhora? Os tomarenses? Ambos?
Para depois concluir, (com algum sadismo, reconheço), citando este texto -Eu bem a avisei, mas em vão. Porque a senhora praticamente não ouve ninguém. Ou melhor: Só ouve quem lhe diz o que lhe agrada ouvir.
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