terça-feira, 14 de novembro de 2017

Aqui está a explicação

O leitor estará provavelmente na mesma situação que eu. Não compreende a prioridade dada às obras de fachada (Várzea grande, Praceta Raúl Lopes, Torres Pinheiro/Nun'Álvares, pistas cicláveis), que pouca utilidade prática têm, a não ser para mostrar serviço. Se é esse o seu caso, aqui vai uma explicação plausível, da autoria de quem sabe do que fala:
"As políticas territoriais explícitas em Portugal, como a política de desenvolvimento regional, foram completamente capturadas pela lógica da execução dos fundos europeus. Ou seja, o que existe hoje é apenas uma gestão de fundos europeus."

João Ferrão, ex- Secretário de Estado do ordenamento do território e investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa, Expresso, 10/11/2017, pág. 21

Já está mais esclarecido? Pois é. Basta contemplar sem paixão o panorama tomarense, para concluir que aqui no vale do Nabão, tem todo o cabimento o verso bem conhecido de Gedeão, na Pedra filosofal: "Eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida." Na verdade, na cova nabantina não é o sonho que comanda a vida. Apenas a ganância perante os dinheiros de Bruxelas. Que é preciso sacar de qualquer maneira. Nem que seja para financiar asneiras.

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Massagens a 5 euros na barraquinha do Mouchão, durante uma daquelas festas promovidas pela Câmara, que deixam o relvado pelas ruas da amargura.

Exagero? Então vamos lá pensar um bocadinho e fazer uma lista de inutilidades tomarenses, que custaram milhões a Bruxelas e aos contribuintes nabantinos:
1 - Destruição das bancadas e dos balneários do estádio. Para quê?
2 - Construção de pistas de atletismo de 6 faixas, porque as antigas só tinham 5. Para quê? 
3 - Deck na margem oposta à do mercado. Para quê?
4 - Pistas cicláveis sem continuidade junto ao acampamento cigano do Flecheiro. Para quê?
5 - Pistas cicláveis sem continuidade, do lado de Mercado, junto à ponte do Flecheiro. Para quê?
6 - Requalificaçao  do caminho pedonal até à Porta do Sangue, já de novo degradado. Para quê?
7 - Requalificação da Estrada do Convento, que ficou mais estreita. Para quê? 
9 - Encerramento dos sanitários de S. Gregório. Para quê?
10 - Encerramento dos sanitários da Cerrada dos Cães. Para quê?
11 - Encerramento dos sanitários junto à antiga abegoaria municipal. Para quê?
12 - Destruição dos sanitários do Mouchão. Para quê?
13 - Edificação da barraquinha do Mouchão, cuja utilidade ninguém conhece. Para quê?
14 - Destruição do sistema de rega tradicional do Mouchão com água da roda. Para quê?
15 - Seis milhões de euros enterrados no "complexo da Levada", quando bastava reparar os telhados, até arranjar um projecto realista para aquele conjunto ou parte dele. Para quê?
16 - Requalificação dos Paços do concelho, com a aparelhagem do ar condicionado instalada no ParqT. Para quê?
17 - Fonte luminosa numa rotunda na margem do Nabão. Para quê?
Mas são tudo obras do Paiva e sucessores. Pois são. Mas então pense um bocadinho nas obras do mandato socialista anterior, e nas previstas para este. Além da ponte da estrada da Serra e da recuperação do Mercado (porque ninguém consegue fazer tudo mal, nem tudo bem), o resto foi, é e será para quê? Para sacar fundos europeus e mostrar obra feita. Quanto à utilidade prática, isso depois logo se vê. 
Por agora o que importa é caçar o dinheiro de Bruxelas, antes que vá para outros.
Como diria o camarada Jerónimo de Sousa, que às vezes também acerta, "É tudo farinha do mesmo saco."

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