sábado, 29 de julho de 2017

Os social-democratas tomarenses com mar alto

Acostumados a adiar, protelar, alongar, aguardar, os dirigentes laranjas tomarenses acabam de entrar em tempo de mar adverso, com a infelicidade que atingiu o seu ex-candidato, obrigando-o  a retirar-se da compita eleitoral. Aquando dos preparativos que culminaram na sua escolha, as hostes laranja abusaram da paciência da informação local. Só ao cabo de meses foi possível tomar conhecimento da conclusão a que entretanto tinham chegado.
Agora, com a imprevista desistência de Luís Boavida, que naturalmente se lamenta, a situação é totalmente diferente e adversa. Mesmo que quisessem prolongar o período de ponderação, visto tratar-se de uma decisão capital, que vai condicionar tudo o resto, os laranjas estão impedidos de o fazer. Contrariados ou não, têm apenas oito dias para completar as listas e entregá-las no tribunal local. Por conseguinte, desta vez os tomarenses não vão ser forçados a esperar durante semanas e semanas, como aconteceu com o programa, que nunca apareceu.. Se não for antes, no próximo dia 7 de Agosto já se saberá quem é o substituto de Boavida. Uma segunda escolha, forçada pelas circunstâncias.
Conforme recordei entre ( ) na peça anterior, nas autárquicas de 2001, as últimas antes do aparecimento da aventura IpT, que agora termina sem glória, o PSD obteve 15.163 votos e o PS apenas 5.441. Doze anos mais tarde, na autárquicas de 2013, os socialistas venceram com apenas 5.479 votos, mais 38 votos, praticamente a mesma votação de 2001, enquanto os social-democratas se ficaram pelos 5.198 votos, menos 9.865, o que representa uma perda de dois terços dos votos de 2001. Ou seja, a bem dizer não foram os socialistas que ganharam. Foi o PSD que perdeu estrondosamente. É portanto numa posição extremamente frágil que participa nas autárquicas de 2017, de novo disputadas em mano a mano. Assim sendo, das duas uma, ou concorrem para ganhar, ou apenas para marcar presença.
Se querem mesmo concorrer para vencer, só vejo três candidatos possíveis: Miguel Relvas, António Paiva ou António Lourenço dos Santos. Fora deste trio não me parece que possa haver salvação possível. Com qualquer outro candidato, a campanha de Anabela Freitas, se bem conduzida e com um programa sólido e adequado, será um simples passeio, rumo a uma vitória folgada.
Porque está no poder, porque tem obra para mostrar, porque é uma senhora, porque conseguiu a adesão dos IpT, e porque finalmente até tem evidenciado bastante mais bom senso e traquejo político que o vaticinado por alguns inimigos seus. Cometeu erros? Certamente. Mas soube reconhecê-los e emendá-los em tempo útil.
Resta aguardar, com maior ou menor tranquilidade consoante os casos, o que aí vem."Quand les jeux sont faits, rien ne va plus".

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