quinta-feira, 13 de julho de 2017

Como era vista a cidade em 1927

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"IMPRESSÃO GERAL - TOMAR, cidade de 7.993 habitantes, sede de concelho e comarca, e da 7ª divisão militar, fica situada no vale do Nabão, que a divide em dois bairros: para aquém e para além da ponte. Sem o emaranhado pitoresco do casario dos velhos burgos medievais, sem palácios de nobre estilo ou construções que impressionem pela beleza dos pormenores ou pelo carácter, antes, sob esse ponto de vista, um pouco monótona e banal (apenas algumas lindas janelas de canto, da Renascença, fazem excepção à regra), o interesse da cidade reside quase exclusivamente no valor excepcional da sua arte, que cobre um largo período, desde o Baptista, o manuelino da igreja de Cristo e a Renascença do claustro dos Filipe e de Santa Iria, e na beleza da sua paisagem, a que o rio sinuoso e lento orlado de choupos e salgueiros, dá singular encanto.


 No primeiro plano a actual Estalagem de Santa Iria, que era então um casino. Ao fundo, o Castelo dos Templários, sem as ameias actuais, restauradas na década de 30.

Vista geral da cidade a partir do Castelo. Destaque para as árvores de médio porte da Praça da República e para as duas janelas de S. João Baptista.

Sem o pitoresco e cor de Évora, Viseu, Guimarães, Portalegre e Guarda, iguala a primeira e excede todas as outras na importância dos seus monumentos, na variedade e significação nacional da sua arte. Tomar é para todo o português, um lugar obrigatório de peregrinação, pois que ignorá-la é desconhecer um dos pontos do País em que a arquitectura nacional atingiu um dos mais excelsos cumes da sua estranha originalidade e da sua beleza.
Tomar é, além disso, um importante centro industrial, abundando nela e nos arredores as fábricas de tecidos, papel, sabões, serração, etc."

Reinaldo dos Santos, Guia de Portugal, vol. II Estremadura, Alentejo, Algarve, Edição Biblioteca Nacional de Lisboa, 1927, páginas 455/56

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