terça-feira, 11 de julho de 2017

À portuguesa

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Segundo o Observador online, começou um grande programa de incentivo ao empreendedorismo na área do turismo, com o prometedor título "Tourism explorers". Os próprios autores da notícia parecem muito convencidos do inevitável sucesso da coisa. "Fazer do turismo negócio? Nestas cidades sim", afirmam.
Segue-se o título bombástico: "Turismo de Portugal e Fábrica de Startups vão explorar novas ideias de negócio em 12 cidades", logo seguido da respectiva chamada de título: "O Tourism Explorers...está à procura de soluções inovadoras na área do turismo".
Vem depois a parte mais substantiva da notícia, visivelmente promocional. "No ano passado, 19 milhões de turistas entraram em Portugal. Este ano, a Secretaria de Estado do Turismo prevê que o número suba para os 21 milhões. Para "responder aos desafios estratégicos do sector", o Turismo de Portugal e a Fábrica de Startups desenharam o Tourism Explorers, um programa de criação e aceleração de startups, que arrancou esta segunda-feira e não quer deixar nenhuma região de fora. Por isso vai percorrer, em simultâneo, durante cinco dias, 12 cidades do país, à procura de novos projectos na área do turismo."

Eis o que provoca tanta inveja no Vale do Tejo, e não só. Dá Deus nozes a quem ainda não teve dentes. Por isso ainda está entre parênteses. Aparece agora aqui nas redondezas o Turismo de Portugal ofertando dentes a quem não tem nozes.

As cidades escolhidas são Viana do Castelo, Braga, Porto, Coimbra, Castelo Branco, Abrantes, Caldas da Rainha, Lisboa, Setúbal, Évora, Faro e  Angra do Heroísmo. Ou seja, cinco que integram a lista do Património Mundial da UNESCO, mais sete outras que não se vê a que devem tal escolha, particularmente uma delas, a mais próxima daqui, que nem sequer aparece em qualquer respeitável guia turístico estrangeiro. Em contrapartida, ficaram excluídas aquelas onde estão os três monumentos Património Mundial cá da zona -Alcobaça, Batalha e Tomar. Sem qualquer explicação.
Ou muito me engano, ou é bem capaz de vir a ocorrer mais um daqueles espalhanços à portuguesa. Porque, verdade verdadinha, não conheço nenhum negócio turístico sem clientela turistica. Nem turistas onde não há recursos. E algumas das cidades seleccionadas podem julgar que têm turismo, mas na verdade não têm. Apenas visitantes ocasionais.
É certo que Tomar, Batalha e Alcobaça, sobretudo a primeira, para fazerem alguma coisa na área do turismo, é um verdadeiro castigo. Mais uma razão para receberem os enviados do Tourism Explorers. Ou terão a pretensão de fazer chouriços sem carne e omeletas sem ovos? Que se saiba, o turismo na Região Centro é, quantitativamente, Fátima, Batalha, Tomar, Alcobaça e Coimbra, por esta ordem...

1 comentário:

  1. Isto é gravissimo para o concelho, já há reações de quem de direito? o problema em Tomar é que temos muitas cigarras e poucas formigas, a não ser que essa escolha tenha a haver com algum por baixo......, estamos em Portugal tudo é possivel.

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