segunda-feira, 1 de maio de 2017

Estranha sondagem

Fala-se tanto, nos mentideros nabantinos, dos problemas internos do PSD e do PS locais. que os respectivos ecos já aqui chegaram a Fortaleza. Entre eles o de uma hipotética sondagem, que daria uma vitória folgada a Anabela Freitas e acompanhantes. Algo assim como 4 - 2- 1. Parece-me algo totalmente fantasista, idealizado por e para ignorantes das coisas da política local.
Conforme já avancei aqui, o desaparecimento da terceira perna da trempe usual -os IpT- tornou tudo bastante mais complicado para a CDU, mesmo se os seus eleitos locais até já fixaram como objectivo principal conseguir o segundo vereador. É próprio da extrema esquerda. Em França, Mélenchon nem sequer conseguiu passar à 2ªvolta, pois ficou em 4º lugar, mas proclama mesmo assim que obteve uma retumbante vitória e que nas legislativas de Junho próximo é que vai ser...

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Foto António Freitas, com agradecimentos.

Deixando para outra oportunidade as tranquibérnias partidários locais, com relevo para o PS e o PSD, parece-me ser o momento de lembrar aos entusiastas socialistas nabantinos duas questões importantes. Por um lado, o mandato em curso está longe de ter sido até agora uma maravilha. Mesmo no que toca a despacho dos assuntos correntes. E pode muito bem suceder que as obras michas de última hora, os cravos do 25 de Abril, mais o Congresso da Sopa, mais as Estátuas vivas, mais a Festa templária, não cheguem para convencer os eleitores, apesar das despesas inerentes, ou exactamente por causa delas. Quem não tem dinheiro, não deve ter vícios.
A outra questão é a atitude repetitiva dos socialistas locais, particularmente nas redes sociais. A propósito seja do que for, são peremptórios -a culpa é do PSD, que esteve no poder durante os 16 anos anteriores. Farto de semelhante argumentação, que me parece bimba e tosca, resolvi indagar se pelo menos corresponde à verdade. A resposta categórica é NÃO, pois os números são como o algodão do anúncio: não enganam.
De acordo com os dados oficiais do MAI e da CNE, entre 1997 e 2013 -durante os tais 16 anos em que o PSD foi poder em Tomar- os eleitores inscritos no concelho passaram de 40.906 para 37.310. Ou seja um diminuição de 3.596 em 16 anos, o que dá uma média de menos 225 eleitores/ano. 
Já com o PS nas cadeiras do poder, os eleitores inscritos passaram de 37.310 em 2013, no início do mandato, para 36.266 em 2016, no último ano do mandato. Por conseguinte, uma perda de 1044 eleitores em 3 anos, o que dá uma média de menos 348 eleitores/ano. Bastante pior que o PSD, confirmando assim que a hemorragia populacional se tem vindo a acentuar. Que o concelho está a encolher cada vez mais em termos de ocupação humana. E que ainda nada foi feito para contrariar tal tendência. Nem há projectos para tanto.
É com resultados assim, mais umas obritas, uns cravos vermelhos, umas desculpas esfarrapadas e umas festas, que Anabela Freitas pensa vencer folgadamente? Tenho muitas dúvidas que o consiga. Mesmo contra um adversário já ferido de asa, como é o caso.

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