domingo, 23 de abril de 2017

Presidenciais francesas

Vitória da política corajosa e desempoeirada

Tal como escrevi aqui há 8 dias, segundo as estimativas, Emmanuel Macron venceu a primeira volta das presidenciais francesas, com 23,9% dos votos expressos, batendo a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, que conseguiu, 21,7%.
Apesar da tão apregoada subida do candidato apoiado pelos comunistas franceses, Mélenchon ficou-se pelo quarto lugar com 19,2%, menos que os 20% do direitista Fillon, vencido pelo escândalo dos empregos fictícios Quanto ao sonhador candidato oficial do Partido socialista, Hamon, que prometia o rendimento universal, teve 6,7%, o pior resultado dos últimos 30 anos. Ferido  e envergonhado, já apelou ao voto em Macron na segunda volta, a 7 de Maio, tal como fez indirectamente o representante de Fillon, ao pedir aos seus eleitores que não votem Le Pen na segunda volta.
Tudo aponta portanto para um apoio total dos democratas ao vencedor Macron na segunda volta, que assim poderá conseguir um resultado superior a 60%. A única dúvida será Mélenchon, dado haver uma certa coincidência com algumas propostas de Le Pen, bem como a tradicional embirração dos comunistas em relação aos centristas liberais, como Macron.
Esta vitória de Macron é particularmente importante, pois representa uma ruptura corajosa. Ele já foi banqueiro a ganhar milhões e aceitou, primeiro ser conselheiro do actual presidente Hollande, depois ministro da economia. Não tendo conseguido mudar as coisas por dentro, ousou sair para apresentar aos franceses a suas próprias propostas. Agora que venceu a primeira volta, é oportuno lembrar aqui as principais, sobretudo quando há tanta gente deslumbrada com a geringonça e tantos tomarenses a tentar travar a inevitável mudança.
Emmanuel Macron prometeu durante a campanha eleitoral 1 - Reduzir o número de funcionários; 2 - Simplificar a floresta burocrática; 3 - Liberalizar o mercado de trabalho; 4 - Reduzir a carga fiscal dos cidadãos e das empresas; 5 - Avançar na União Europeia 6 - Criar todas as condições para que todos possam gerar riqueza; 7 - Reduzir o peso do Estado e das administrações regionais e locais.
Ter ideias e ter coragem para as defender compensa! Finalmente. Mas Paris ainda é tão longe de Lisboa, e sobretudo de Tomar...

Adenda em 24/04/2017

Como simples curiosidade, a seguir se comparam os resultados das presidenciais francesas 2017 e das autárquicas 2013 no concelho de Tomar:

                                                                  % de abstenção          % de votos brancos + nulos

Em França 2017 - Presidenciais                     21,77%                              2,01%
Em Tomar 2013 - Autárquicas                       46,70%                              8,92%
Em Tomar 2016 - Presidenciais                     48,36%                              2,64%

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