domingo, 9 de abril de 2017

Tal como os restantes portugueses, os tomarenses...

Tal como os restantes portugueses, o tomarenses que ainda não debandaram da sua querida terra vivem felizes, no melhor dos mundos possíveis, como diria o Pangloss. Tão felizes que, quando alguém ousa pôr em causa essa felicidade, (o que é cada vez mais raro, por falta de canetas à altura), é logo acusado de uma quantidade de coisas, entre as quais sobressai, à falta de melhor, "é demasiado agreste". E "polémico". Nem mais, nem menos.
Demasiado teimoso, passo a transcrever os excertos que me pareceram mais significativos de uma crónica também demasiado agreste e polémica, em mais uma tentativa para levar os meus conterrâneos a verem a cidade e o Mundo, de outro modo, mais consentâneo com a realidade. E daí tirarem as devidas conclusões.
Sob o título "Uma tragédia portuguesa", escreve Alberto Gonçalves no Observador de hoje, 08 de Abril:... ... ..."A julgar pelas sondagens, os portugueses andam satisfeitíssimos com quase tudo. E, empurrados pela confiança do PR e a tranquilidade do PM, acreditam em tudo. Acreditam que a história do Montepio vai correr bem. Acreditam que o golpe do Novo Banco correrá melhor. Acreditam que há alternativa à "austeridade". Acreditam que a satisfação das clientelas não lhes custará um cêntimo. Acreditam que o "recorde" do défice é para levar a sério. Acreditam que o recorde da dívida não é para levar a sério. Acreditam que Pedro Passos Coelho e o "estrangeiro" conspiram contra o nosso sucesso. Acreditam no nosso sucesso. Acreditam em consumados mentirosos. Acreditam que gregos são os do Benfica e o sr. Varoufakis."... ... ...


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Varoufakis quando era ministro e o ministro holandês que Costa detesta.

... "A vida avança por prados verdejantes e, enquanto não surgir o fatal precipício, tudo está bem. Tudo? Não exageremos. Mal aterrei em Pedras Rubras, o joelho de um sujeito descolou a caminho do nariz do outro e, quase por desfastio, este abençoado país descobriu alguma coisa com que se afligir.
A subjugação geral a uma aliança de leninistas e oportunistas não perturba ninguém. O particular apêndice nazal de um infeliz, operado de urgência, lançou a indignação pela semana fora. Porquê? Porque o golpe de luta-livre aconteceu num campo de futebol, e porque chegámos a um ponto em que apenas o que acontece aí tem relevância.
Falar em anestesia é dizer pouco. A atenção das gentes esgota-se na bola e nas figuras que, literal ou figurativamente, correm atrás dela. Um dia destes, Portugal estoira e, entretidas com o "Mais Bastidores", as pessoas nem reparam. Talvez reparem nas consequências. Ou nem isso, que depois vem o "Dia seguinte."
Enquanto isto, nas margens nabantinas, a meia dúzia de gatos pingados que ainda não desistiram, dividem-se em quatro grupinhos. No primeiro, os que acreditam que a Anabela vai ganhar outra vez e conduzir-nos finalmente rumo ao progresso. No segundo, os que, pelo contrário, sustentam que Boavida vai ser o guia de que tanto precisamos para caminhar rumo a um futuro brilhante. No terceiro, os que pensam que nem uma nem outro vão dar conta do recado. No quarto, os restantes, que lá vão pensando, ninguém sabe bem o quê.
E a cidade e o concelho vão continuar a afundar-se, com a maioria dos seus habitantes acreditando que não é preciso esforçar-se. Basta ir aguardando, que o sucesso há-de vir ter connosco. Quando? Depois logo se vê!

2 comentários:

  1. Olha que PASSARÃO!, este Alberto Gonçalves, a destilar azia por tudo quanto é poros, com a vinda do SOL mais dilatados, um acabado saltimbanco na comunicação social e na blogosfera ao serviço dos bandos de direita mais radicais da nossa praça. Demasiado conhecido por vomitar ódio por onde passa, às vezes amandado pela porta fora. Refugiou-se agora no Observador.... - de meter dó.
    O SOL, aqui, é a nossa querida geringonça, que o povo acarinha, como vão dando conta as últimas sondagens. Esta direita perigosa (do BPN, BPP, BES,etc., etc.) não chincará o poder por muitos e muitos anos.
    Grande País! Nobre povo!
    Viva a Democracia!

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  2. Viva a democracia!
    Quanto ao resto...

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