sexta-feira, 21 de abril de 2017

Solidário com José Gaio

Manifesto a minha solidariedade para com o jornalista José Gaio, antigo director d'O Templário e actual administrador do blogue Tomar na rede. Segundo fontes convergentes, José Gaio foi, na passada terça-feira, publicamente insultado, ultrajado e agredido com uma chávena de café quente, no Café Santa Iria, pelo cidadão João Maurício, um artista grafiteiro que assina Violant, e que não conheço.
Trata-se de um incidente lamentável e inaceitável numa sociedade aberta e tolerante, pois configura um caso de agressão motivada por discordância em relação ao trabalho de um jornalista. Na circunstância, o administrador de Tomar na rede, que tenho o prazer de conhecer há muitos anos, pelo que posso atestar a sua honestidade e respeito pela ética profissional. Nestas condições, combinar com ele um encontro de café para aí o vilipendiar e agredir, só porque não se concorda com o que escreveu e/ou difundiu, mais não é que uma atitude cavernícula que só posso condenar com veemência. Por bem menos, João Soares foi demitido de ministro da Cultura.

Foto Tomar na rede, com agradecimentos.
A situação torna-se ainda mais grave, porque o citado artista grafiteiro foi, ao que consta, contratado pela Associação de Municípios do Médio Tejo e já executou dois grafitos em Tomar, ambos bastante criticados, como de resto é normal em qualquer sociedade livre. Temos portanto um cidadão, estipendiado por uma entidade sustentada com o dinheiro dos contribuintes para executar determinada tarefa, que resolveu agredir um jornalista, por causa de textos discordantes por este difundidos.
Num primeiro tempo, ainda pensei que a muito desconfortável situação pudesse ser ultrapassada mediante um pedido público de desculpas, seguido de manifestação de arrependimento e promessa de não reincidir. Mudei de opinião após ter lido no Tomar TV que o Violant autor da violência afinal nem sequer assume o seu acto deplorável. Segundo a fonte antes citada "João Maurício garantiu que as informações não são verdadeiras. O artista chegou mesmo a questionar "Quem é José Gaio?" e acabou por desabafar: "É engraçado como procuram mediocrizar o meu trabalho."
Perante tão evidente falta de carácter, para não dizer mais, é meu entendimento que só resta uma saída para as entidades oficiais envolvidas no assunto -a Câmara de Tomar e a Associação de Municípios do Médio Tejo: Publicar um comunicado repudiando o sucedido e solidarizando-se com o jornalista ofendido, denunciar o contrato com o artista, caso exista, e mandar cobrir os dois grafitos já executados com tinta cinzenta. Não como retaliação, mas apenas porque doravante quem olhar para essas obras e estiver ao corrente da actualidade local, vai pensar que foram pintadas por um artista pago com dinheiros públicos, que agride quem dele discorda e depois nem sequer tem cara para assumir a asneira que fez. Cidadãos assim não são mesmo nada recomendáveis. 
Digo eu, que sou um Velho de Tomar.

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