sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

O que seria da informação tomarense?


O que seria da informação tomarense sem o nosso estimado e apreciado colega Tomar na rede?
 Sobretudo porque tem o raro talento (ou boas fontes?) para conseguir documentos sobre a gestão autárquica, os quais têm o mérito de pôr os cabelos em pé a alguns eleitos. Desta vez, na sequência do lamentável episódio do ancião em casaco e cuecas, sob os arcos dos Paços do concelho, que levou a presidente a insurgir-se em comunicado, a retaliação de luva branca não tardou. Vá de publicar um documento oficial sobre caloteirice. Leu bem. Caloteirice para mencionar caloteiros. Gente que sabe que deve e tem de pagar, mas vai protelando, em geral por falta de verbas disponíveis, resultado de evidente má administração. Ou de gestão orientada por critérios não económicos.
Nesse documento, que pode ler aqui, Tomar aparece numa "excelente" posição. É o quinto município português que mais tempo leva a pagar aos fornecedores. E os quatro primeiros (Portimão, Nazaré, Celorico da Beira e Paços de Ferreira) são igualmente geridos por eleitos do PS. Curiosa coincidência. Ou talvez consequência inevitável de determinada maneira de pensar.
É uma vergonha, exclamará quem isto ler. Pois é, realmente. Mas que culpa tem o Tomar na rede que nessa longa lista oficial os primeiros sejam os piores? É pena que assim seja, porquanto Tomar até conseguiu subir de 13º no final de 2015, para 5º um ano depois. Caso praticamente único, a demonstrar que, apesar das declarações em contrário, o município tomarense está financeiramente enterrado até às orelhas. Se assim não fora, decerto que pagaria mais atempadamente.
Para mais completa informação, aqui vai a lista dos 13 municípios maiores caloteiros do país, em termos de prazos. Na primeira coluna, a classificação no final de 2015, na terceira a classificação em Dezembro de 2016, na 4ª a indicação =, para igual, + para subiu, ou - para desceu, seguidos do algarismo correspondente aos lugares acima ou abaixo:

1º - Portimão - 1º =
2º - Nazaré - 2º =
3º - Celorico da Beira - 3º =
4º - Paços de Ferreira - 4º =
5º - V. R. S. António - 8º -3 lugares -melhorou
6º - Alcochete - 22º -16 lugares -melhorou muito
7º - Évora - 8º - 1 lugar -melhorou
8º - M. Cavaleiros - 17º -9 lugares - melhorou muito
9º - Mourão - 12º -3 lugares - melhorou
10º - Alandroal - 11º - 1 lugar - melhorou
11º - S. Vicente - 10º + 1 lugar - piorou
12º - Santa Comba Dão - 32º - menos 20 lugares - melhorou muito
13º - Tomar - 5º + 8 lugares - piorou muito

Elaboração própria, a partir de dados oficiais da DGAL

Perante isto, meus prezados e infelizes concidadãos, só nos resta uma solução simultaneamente razoável e adequada, enquanto funcionários e pensionistas receberem pontualmente: Vamos todos continuar a dormir descansados, porque as nossas eventuais insónias não iriam resolver nada. Os credores querem euros. Estão-se nas tintas para insónias alheias. Já lhes bastam as deles. 
Lá para Setembro/Outubro será então tempo de decidir de novo. Tanto quanto possível após ter matutado seriamente no assunto. Nunca é tarde para corrigir o que manifestamente foi infeliz.

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