terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Simples oportunismo eleitoralista

Causou algum escândalo a nível local a publicação no Tomar na rede de um pequeno texto, protestando contra o estado miserável dos sanitários junto aos Serviços municipais de higiene e limpeza, postado por uma turista no Facebook. Hábil política de gabinete, a presidente Anabela Freitas aproveitou o ensejo para esclarecer os eleitores que os referidos sanitários vão ser encerrados ainda este mês. Acrescentou não se justificar a sua modernização, por ser demasiado cara, sendo preferível edificar outros de raiz, no âmbito do projecto de requalificação da Várzea Grande, a começar brevemente.
Trata-se, sem qualquer dúvida, de mero oportunismo eleitoral, visando simultaneamente descalçar a bota e iludir os eleitores. Digo isto por saber que nunca até agora a senhora presidente se interessara minimamente pelo estado lastimável das casas de banho públicas da cidade, apesar de antes alertada nesse sentido aqui.



Houve é certo, desde o início do mandato, a recuperação das instalações sanitárias da Calçada de S. Tiago e a abertura das renovadas casas de banho do mercado. E o resto? As da Rua da Fábrica, fechadas há mais de uma década? As de S. Gregório, fechadas há mais de dois anos? As do ex-estádio, quase sempre ou fechadas ou num estado vergonhoso de limpeza? E as das traseiras de Santa Maria, fechadas durante largos períodos? E as da Cerrada dos Cães, feitas com dinheiros europeus e por isso públicas, mas privatizadas de facto pelo concessionário da cafetaria? E as da Rodoviária, metade fechadas? (Só está aberta alternadamente (?) a parte masculina ou feminina.)
Regressando à origem da polémica, Anabela Freitas parece estar convencida de que tudo se vai resolver com a requalificação da Várzea Grande e a construção de novas instalações sanitárias. A ser assim, vai ser confrontada com problemas que nem sequer considerou ainda. Por exemplo: Uma vez requalificada a Várzea Grande, o estacionamento ali passará a ser pago, ou continuará gratuito? Se for gratuito, quem pagará os custos de manutenção? Os do costume? As futuras instalações sanitárias terão ou não um funcionário permanente? Serão pagas ou gratuitas? A actual maioria relativa é a favor ou contra o agora generalizado princípio do utilizador-pagador? Vamos ter mais casos como o dos TUT, em que pagamos todos, mas só beneficia uma ínfima minoria?

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