segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A realidade ficcionada



"Segundo a conclusão a que conseguiu chegar, terá havido duas tentativas para que recorresse aos tribunais contra a gerente. A primeira, consistiu em ultrapassar largamente, de forma deliberada e sem qualquer justificação plausível, o prazo fixado na Lei, que é de dez dias. Para irritar o cliente. A outra foi mais maquiavélica. Pretendeu-se fazer crer à gerência que o cidadão requerente já fora avisado, quando tal não era o caso, como se veio a descobrir de modo fortuito..
De forma que, você que leu até aqui, doravante já sabe: Quando quiser tramar uma gerente de que não goste por qualquer razão, apresente-lhe como idóneos factos que são mentirosos. Alternativos, na linguagem trumpista. O tempo e os outros farão o resto. E a vítima acabará murmurando, uma vez mais, que algo terá falhado em todo o sistema, pelo que se irá proceder à abertura de um processo de averiguações." Recorda-se de já ter lido isto algures, não recorda? Exactamente! Foi aqui mesmo. Confesse que ficou com a impressão que se tratava de uma brincadeira, de um texto acriançado, não foi isso? Não tem mal. Cada um é livre de interpretar como bem entende aquilo que lê, ouve ou vê. O problema é que, neste caso, o texto é mesmo sério, apesar de antecedido por uma advertência prévia, na qual é classificado como de ficção. por motivos óbvios. Quer uma prova disso? Ela aqui vai:
"Anabela Freitas disse, então, que não cabe à presidente controlar a data em que as respostas são dadas, considerando que «para isso servem os dirigentes e demais funcionários», admitindo que possa haver lugar para outras situações do género, ou seja, cidadãos à espera de respostas a requerimentos… e os respectivos processos na gaveta."
Está a ver como estas coisas são? Quer ler o texto completo? Pois basta clicar aqui. Temos assim que a senhora presidente sabe muito bem tudo o que se passa nos diferentes serviços da autarquia que lidera. Apesar disso -tanto quanto se pode constatar- nada faz para alterar o que não está bem. Nomeadamente os vetos de gaveta. Porque não quer? Porque não pode? Porque lhe falta coragem? Porque lhe faltam apoios?
Dito isto, limito-me a duas curtas interrogações: Quem é amigo, quem é? Quem é que lhe explica o que vai pela actualidade autárquica, sem áreas reservadas?
Não tem nada que agradecer. Limito-me a tentar cumprir o melhor que posso e sei o meu dever de cidadania. Mesmo a sete horas e meia de avião. E ficarei muito contente quando vier a saber que você lá se resolveu finalmente a fazer outro tanto. Tomar precisa de todos os seus filhos. Sobretudo  dos que a amam sem esperar dividendos.
Haja saúde, que bem precisamos dela, numa terra cada vez mais depauperada por galifões de toda a ordem, pela incompetência e pela cobardia política.

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