domingo, 4 de dezembro de 2016

Terei finalmente percebido?

Advertência prévia

A prosa seguinte respeita integralmente a verdade, mas pretende ser uma sátira.

Tenho andado atazanado com uma questão de política local, por não saber se a mesma é só política ou também mais alguma coisa. Incompetência, presunção, basófia, gargarejos e por aí adiante. A questão pode ser resumida numa pergunta simples: Porque é que em Ourém a população aumenta e em Tomar continua a diminuir?
Andei a ler o que me apareceu sobre o assunto, que todavia de pouco ou nada me valeu. Apenas fiquei a saber que em Ourém a iniciativa privada é mais activa, que a câmara é mais facilitadora e que praticamente não há desemprego no concelho. Querem ver que está tudo ligado?!
Andava eu atazanando a cabeça, com estas e outras suputações, quando surgiu uma luz, neste caso não ao fundo do túnel, mas nas colunas de uma publicação respeitável e respeitada, que pode ser consultada clicando aqui.
Se já foi ler a dita notícia, estará agora a questionar: Mas o que é que tem a ver uma coisa com a outra? Pois tem tudo, cara leitora/caro leitor. Basta comparar. Aqui em Tomar, uma câmara como se sabe (para não virem dizer que sou um má-língua incorrigível), com técnicos superiores cada vez mais conhecidos pelas piores razões, parece nunca se ter dado conta de que o Parque municipal de campismo estava a funcionar ilegalmente desde o mandato de António Paiva. Por culpa da própria câmara, que foi quem mandou fazer e depois aprovou um plano de pormenor que na prática desloca o campismo municipal para o Açude de Pedra.


Pior ainda. Muito pior. Uma vez intimado pela ASAE a pagar duas multas, de 40 mil euros cada, e obrigado a encerrar  o Parque de campismo, o executivo tomarense gastou centenas de milhares de euros com apoio jurídico externo, tendo em vista reverter a decisão daquele órgão de fiscalização. Foi dinheiro de todos nós gasto em vão. O Parque de campismo encerrou mesmo, no final do mês passado, após muitos anos de bons serviços aos numerosos visitantes da cidade.
Enquanto isto, em Ourém, a apenas 20 quilómetros daqui, o dinâmico presidente Paulo Fonseca, eleito pelo PS, tal como Anabela Freitas, lá vai honrando a máxima inscrita pelo seu amigo Luís Ferreira, no seu blogue vamosporaqui,blogspo.com: "Quando se sabe para onde ir, até o vento contrário ajuda."
De facto, Paulo Fonseca parece ser um audaz e muito sagaz navegador, mesmo com ventos contrários. Acusado e processado por um tal Serralheiro, que lhe terá emprestado 350 mil euros em 2008, quando ele, Paulo Fonseca, ainda era governador civil e Ferreira o seu adjunto (diz-se em França que os grandes espíritos sempre acabam por se encontrar), a coisa deu depois para o torto, meteu tribunal e o agora presidente de Ourém foi sendo sucessivamente condenado. Apesar disso, cá está. Sempre hábil navegador, Fonseca  conseguiu sulcar sucessivamente do tribunal oureense para a Relação de Coimbra, da Relação para o Supremo e do Supremo para o Constitucional. E se mais tribunais houvera lá chegara, parafraseando o Zarolho. (Não sabe que zarolho?! Ai essa cultura, que afinal não é nada geral. O Camões, criatura! Que perdeu uma vista quando combatia em Marrocos.)


Mas, infelizmente para ele, não há. De forma que, resolvida a questão a descontento no Tribunal constitucional, já não pode mais recorrer. Só se fosse para o Tribunal europeu dos direitos do homem, é verdade. Mas bom navegador como é, o autarca oureense deve saber que por mares nunca dantes navegados, os destinos estão traçados.
E foi então que, inesperadamente, surgiu o golpe de génio, a que outros chamam de asa, eles lá sabem porquê. Quando todo o pequeno mundo político de Ourém já estava agindo em função de um Paulo Fonseca impedido de se recandidatar em 2017, por ser insolvente, o Paulo navegador pegou no astrolábio e disse-lhes: Aguardem só mais um bocadinho, que eu já vos mostro como é que se navega com vento desfavorável e em águas turvas, incluindo as da ETAR que despeja para o Nabão. Vai daí, está em vias de conseguir um acordo de credores. Os quais, logicamente, preferem vir a ter a massa no bolso, em vez de razão na justiça. E tudo indica nesta altura que Paulo Fonseca será de novo o candidato do PS em Ourém, em 2017. Porque as indicações normativas do Largo do Rato são claras e inequívocas: Todos os presidentes de câmara em funções devem recandidatar-se.
Fim da história? Quase. Falta só assinalar que, à bulha com os credores e a braços com a justiça, numa causa redonda, daquelas que à primeira vista não têm mesmo ponta por onde se lhes pegue, que já se arrasta desde 2008, bem ciente de que afinal Fátima até fica no concelho de Ourém, Paulo Fonseca lá vai vencendo e convencendo. Até parece um político brasileiro.
Inversamente, com todos os trunfos a seu favor, ou quase, (que governar os tomarenses não deve ser nada fácil), Anabela Freitas já perdeu o companheiro, já perdeu o seu vice-presidente, já ouviu três recusas de outro tantos companheiros de lista, já gastou dinheiro público em vão para convencer a ASAE, e mesmo assim foi forçada a encerrar o Parque municipal de campismo, para o qual não tem agora qualquer plano B, C, D, ou Z. É o vazio total. É derrota após derrota!


Nestas condições, julgo já ter percebido porque é que a população cresce em Ourém e diminui em Tomar. É porque, entre outros motivos, na capital nabantina e templária olham cada vez mais para o Gualdim, por razões óbvias (Não está a ver que razões óbvias são essas? Pois são basicamente duas: 1 - Como é possível manter-se sempre assim, apesar da idade avançada? 2 - Porque tem ele em excesso o que manifestamente falta à oposição, por exemplo?). Escrevia eu que olham cada vez mais para o Gualdim e assustam-se, dado que o ilustre mestre templário está sempre em posição. E quem já foi fecundado tanta vez, até mesmo sem vaselina, agora contempla o estátua e acha que o melhor é correr a calçar os patins, para ir dar uma volta das grandes, que isto nunca se sabe. Se um dia destes os autarcas locais resolvem finalmente viagrar, passando a estar também sempre em posição de ataque, vai ser um perigo para todos. Pois se mesmo sem viagra já é o que é! Por conseguinte, abram, que se está a fazer tarde!
Xô bicho!!!

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