domingo, 11 de dezembro de 2016

Stress e pachorra

Dizem ser um dos grandes problemas das sociedades modernas. Com o aumento constante do ritmo de vida e das cadências laborais, o stress, stresse ou estresse é cada vez mais uma doença nervosa em acentuada expansão. Em Tomar, felizmente, factos recentes demonstram que tal fenómeno societal ainda não nos apoquenta. Nem virá a apoquentar nos tempos mais próximos. Na sua forma europeia, que também temos a nossa.
Atente-se nesta local da Rádio Hertz. Ficamos assim a saber que uma estação de rádio local só noticia no sábado à tarde factos ocorridos na segunda-feira anterior. Quase uma semana depois. Má vontade? Falta de habilidade? É claro que não! Apenas respeito pelo ritmo de vida nabantino. E sobretudo evidente falta de recursos humanos, por óbvia falta de recursos para lhes pagar.
De resto, neste caso, o atraso até se justifica, porquanto a matéria em questão também não é nada urgente, antes pelo contrário. Afinal, só passado um ano os eleitos do PSD resolveram voltar a questionar a presidente sobre um assunto ao que tudo indica pendente de um parecer. Parecer esse que, segundo o próprio interpelante, o vereador João Tenreiro, advogado, costuma demorar em média seis meses. Leu bem. Seis meses para elaborar um parecer jurídico. Como é longe a Europa além-Pirinéus, onde um parecer se faz em meia dúzia de horas. Excepcionalmente, em meia dúzia de dias, quando seja demasiado complexo.
Lá está! É por isso que os europeus do norte andam sempre estressados, a engolir remédios e a caminho dos psiquiatras. Enquanto isso, aqui pelas margens nabantinas, temos o problema inverso. Há quem não aguente esta persistente e exagerada pachorra, que até acaba por tirar o sono, tanta é a calma ambiente. Porque o silêncio também cansa.
Regressando à questão levantada pelos eleitos laranja e à actuação da Rádio Hertz, julgo útil acrescentar algumas linhas. Quanto às práticas informativas da Rádio Hertz, fortemente condicionadas pelos recursos disponíveis, conforme já foi referido, entende-se perfeitamente que vá debitando a conta-gotas ao longo da semana a informação recolhida às segundas-feiras nas reuniões camarárias. No fim de contas, quem por aqui vive há anos sabe bem que nem todos os dias acontece por estas paragens algo que mereça notícia.
Resta a questão levantada uma vez mais pelos eleitos social-democratas: A nomeação do chefe da divisão financeira da autarquia, em regime de mobilidade. No meu pobre entendimento, há apenas três hipóteses possíveis, a saber: 1 - O citado parecer nunca foi solicitado; 2 - A entidade solicitada nunca deu andamento ao pedido; 3 - O parecer já veio há muito, tendo sido engavetado porque contraria o que se esperava.
Em qualquer dos casos, mais este exemplo da exagerada pachorra nabantina dá que pensar, por demonstrar como somos e porque estamos como estamos. E não é caso único, muito longe disso. Há mais de três anos que quem escreve estas linhas aguarda acesso ao Processo ParqT, o qual, ao que lhe tem sido respondido, continua em segredo de justiça...
Mas pronto. Pelo menos do ritmo de vida não nos podemos queixar! O pior é o resto!

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