terça-feira, 8 de novembro de 2016

Vem mesmo a propósito...

Numa altura em que a Câmara nabantina resolveu alargar timidamente a área de estacionamento tarifado de superfície, vem mesmo a propósito esta notícia, traduzida do Le Monde on line de hoje:

"O estacionamento tarifado nas ruas de Paris vai passar a ser gerido por empresas privadas, a partir de Janeiro de 2018.

O Concelho de Paris votou hoje favoravelmente o projecto controverso, mesmo no seio da própria maioria municipal, liderada pelo PS.


En une décennie, Paris a perdu plus de 15 % de ses places de parking de surface.
Foto Ana Arevalo/AFP/Le Monde on line

A concessão a empresas privadas da gestão dos 140.000 lugares de estacionamento tarifado nas ruas e praças de Paris, a partir de Janeiro de 2018,  foi aprovado pelo Concelho de Paris. Esta reforma vai permitir assegurar maior eficácia na cobrança das taxas respectivas, considerando a Câmara da capital que com o modelo actual as fraudes são superiores a 90%, o que representa um prejuízo anual da ordem dos 300 milhões de euros.
Os actuais guardas municipais que asseguram a vigilância do estacionamento, serão transferidos para outras missões de serviço público.
A proposta de alteração do modo de gestão do estacionamento de superfície em Paris provocou um vivo debate no Concelho de Paris, mesmo no seio da própria maioria socialista, com os seus adversários a denunciar uma "privatização encapotada". A votação final só foi possível após vários acordos de corredor e de última hora, tendo-se verificado 74 votos a favor (Socialistas e Radicais de esquerda), 68 votos contra (Comunistas, Partido de esquerda e Republicanos), e 13 abstenções (Ecologistas). A opção da UD-MoDem de conceder a liberdade de voto aos seus eleitos foi determinante.
Os Republicanos (Centro direita), que votaram contra, consideraram que a reforma é um "passo tímido na boa direcção", declarou Philippe Goujon, deputado e presidente da câmara do 15º bairro.
Para os comunistas, que lideraram com bastante ânimo a luta contra o projecto, a gestão do estacionamento na ruas da capital "deve continuar a ser exercida pelo serviço público". "Vamos ser explorados", disse Danielle Simonnet  (Partido de esquerda), considerando que "esta função é municipal e não deve escapar ao Estado".

Pergunta que se impõe: Segundo esta notícia,  em Paris os borlistas são mais de 90%. Em Tomar quantos serão? Vai dar a mecha pró cebo? Ou vão ser os do costume a ter de pagar as novas maquinetas e as aselhices camarárias?

AFP Le Monde on line, 08/11/2016
Tradução e adaptação de António Rebelo

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