quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Filhos ingratos/irmãos desavindos

Não sei qual a reacção dos tomarenses a esta notícia d'O MIRANTE. A mim deixou-me triste. Pareceu-me parte do enredo de uma telenovela das mais baratas. Daquelas indianas, ou mexicanas. Até imaginei dois títulos possíveis, qual deles o mais apelativo: Titulo A - Volta pai querido, que estás perdoado.Título B -Não ao regresso do  paí-cadáver. Passo a tentar explicar. Tarefa difícil porque, na política tomarense, tudo é ultracomplexo. Tipo ornamentação da Janela do capítulo. Deve ser do peso da História, agora simples estória.
Creio ser do domínio público (até porque também já aqui foi escrito) que praticamente todos os actuais eleitos e militantes socialistas de Tomar são filhos políticos de Luís Ferreira. É igualmente do conhecimento geral, julgo eu, que o militante agora rejeitado e ostracizado pelos seus camaradas foi, durante mais de 10 anos, o dirigente, o treinador e o armador de jogo da equipa socialista tomarense. Goste-se ou não, é a verdade factual. Todos lhe devem portanto algo.
Após uma série de trapalhadas ainda por explicar cabalmente, umas da área política, outras do domínio privado, o principal esteio do PS em Tomar viu-se afastado, pelos seus próprios filhos políticos, de todos os cargos que detinha. Excepto o de eleito municipal, em que decidiu colocar-se na prática como independente.

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As mais recentes notícias, visivelmente alimentadas pela sua ex-companheira, mas ampliadas por outros eleitos e/ou funcionários, socialistas ou não, designadamente esta última, onde se escreve que podemos até estar perante uma farsa, pois o carro de Ferreira terá sido visto ultimamente com alguma frequência à porta da ex-companheira, permitem no meu entender, pelo menos duas interpretações divergentes..
Há os que dizem que tudo isto visa apenas apresentar Anabela Freitas como uma vítima das circunstâncias e do seu malvado ex-companheiro. Forma ardilosa de justificar o seu mau desempenho político como presidente. Assim como quem diz: -Eu bem queria e até sou capaz de fazer muito melhor, mas aquele malandro não me deixou e as circunstâncias também não ajudaram nada.
É a interpretação veiculada por várias fontes da autarquia, geralmente bem informadas, que a decência cívica e as normas jornalísticas impedem todavia de identificar.
Outros referem que seria demasiado simples e alinham outra versão bem diferente. Segundo eles, ansiosos e algo desorientados, porque órfãos do seu pai político-dirigente-treinador-armador de jogo-colador de cartazes, os eleitos e militantes rosa locais dividiram-se em dois clãs adversos. Um a favor do regresso imediato a todos os seus cargos anteriores do dirigente injustamente afastado, que tanta falta tem feito e vai fazer. Sobretudo agora, que se aproximam novas eleições. É o grupo A - "Volta pai querido, que estás perdoado". O outro, integra todos os que participaram mais activamente no assassinato político do pai ideológico odiado, assim conseguindo resolver o seu evidente  complexo de Édipo. -É o grupo B - "Não ao regresso do pai-cadáver". O que se compreende, pois se Luís Ferreira conseguir, graças designadamente à acção do grupo A -"Volta pai querido, que estás perdoado", reaver todas a rédeas que já deteve e guiou, é bem capaz de agir depois à boa maneira de Salazar, embora não seja católico praticante: "Deus nosso senhor manda perdoar. Não manda esquecer."
Por isso, salvo melhor e mais fundamentada opinião, Anabela Freitas  faz parte do grupo B, o que a empurra para queixas e denúncias que não prestigiam ninguém. Nem a ela, nem aos filhos ideológicos ingratos, agora também irmãos desavindos.
Resta portanto aguardar os próximos episódios dos próximos capítulos desta telenovela nabância, cuja conclusão está prevista só para Outubro de 2017, e na qual tudo pode ainda acontecer. Que pecados andaremos nós tomarenses a remir, para termos de aturar todas estas cenas canalhas?!?

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