terça-feira, 15 de novembro de 2016

Assim se explica o nosso crónico atraso

Conforme pode ser confirmado aqui, em Agosto passado apresentei uma queixa ao senhor Provedor de justiça, por me parecer ilegal a criação pela autarquia de uma bolsa de estacionamento gratuito, reservada aos moradores da Alameda. Mês e meio depois recebi a resposta do senhor Provedor, negando provimento à minha queixa, com uma argumentação que me pareceu muito fraca e até pouco adequada. Tencionava por isso avançar para o poder judicial, quando tive conhecimento de que a senhora presidente da câmara, numa manobra política hábil, quiçá aconselhada por algum jurista, daqueles que fornecem pareceres a peso de oiro, apesar de a autarquia dispôr de juristas nos seus quadros, decidira que afinal as bolsas gratuitas de estacionamento na área urbana eram para todos os residentes e não só para os da Alameda. O que me levou a desistir da projectada demanda judicial.
Entretanto, fingindo hipocritamente que não lêem Tomar a  dianteira, os digníssimos autarcas guardaram o mais prudente silêncio sobre esse assunto da bolsa de estacionamento. Nem apoiaram nem deixaram de apoiar. Agiram como se não soubessem aquilo que afinal sabiam muito bem. Adiante, que são estes os condenáveis costumes dos nossos eleitos.

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Foto Tomar na rede

Três meses passados, o vereador Pedro Marques, dos IpT, resolveu finalmente abordar a questão do estacionamento tarifado em Tomar, declarando nomeadamente que a bolsa de estacionamento inicialmente destinada aos moradores na Alameda pode ser ilegal. Valha-nos Nossa Senhora da Agrela, que não há santa como ela! Três meses para que um assunto do domínio público, com alguns contornos muito contestáveis, seja levado por um eleito a uma reunião do executivo. E mesmo assim a senhora presidente ainda teve o sangue frio necessário para responder que é prematuro debater e eventualmente essa matéria, porque o estacionamento tarifado só está a funcionar há uma semana!  Assim se explica o nosso crónico atraso, bem como a crise que não cessa de se agravar. Se para uma questão tão simples são precisos meses, já não me admira nada que a revisão do PDM dure há mais de 15 anos. E quanto a projectos inovadores estamos conversados. Se nem as coisas corriqueiras são capazes de despachar em tempo oportuno...
Pobre terra que tais eleitos tem!

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