quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Ao que chegou o descrédito

De erro em erro, de entrevista em entrevista, de escrito em escrito, a simpática presidente Anabela Freitas vai-se enterrando politicamente, a um ritmo que nem eu, pessimista crónico, julgava possível. E a partir de agora o problema autárquico tomarense já não terá só duas vertentes essenciais. Às quezílias político-sentimentais com o seu ex-companheiro e às críticas mais ou menos fundamentadas do eleitorado, entre as quais as de Tomar a dianteira, veio agora juntar-se uma voz de peso. Do alto dos seus mais de 80 anos, o pai do ex-vereador Rui Serrano viu-se praticamente forçado a endereçar uma carta aberta a Anabela Freitas, face à passividade crónica dos tomarenses, que nela menciona em termos muito cordados.
Numa prosa infelizmente cada vez mais rara, o paí de Serrano lastima ter votado no PS em 2013, vaticina que os socialistas locais  não vencerão as próximas autárquicas e diz que a presidente se encontra na obrigação de explicar publicamente o seu diferendo com o agora ex-vereador, que convidara para a sua lista. Ou seja, solicita exactamente a mesma coisa que tem sido pedida neste blogue. Que se esclareça publicamente, de uma vez por todas, a causa ou as causas do prolongado, misterioso e, ao que tudo parece indicar, grave diferendo entre a presidente e o seu vice-presidente. Sob pena, se assim não vier a acontecer a curto prazo, de as pessoas começarem a pensar que há coisas muito graves a esconder, até mesmo em áreas menos óbvias, como por exemplo a eventual corrupção. Mas quem não deve, não teme.


Ao ponto a que as coisas chegaram, é minha opinião  que, nesta altura, apenas restam duas saídas possíveis a Anabela Freitas. Saídas dignas, entenda-se. A mais evidente, prática, segura e de resultado garantido, é seguir o exemplo do seu ex-vereador. Entregar a sua carta de demissão, alegando impedimentos de índole pessoal, regressar ao lugar de origem e remeter-se depois a um silêncio sepulcral. O executivo poderá então tornar oficial a situação de facto já prevalecente: manter-se em funções unicamente para ir despachando os assuntos correntes, até à tomada de posse dos novos titulares, saídos das autárquicas de 2017.
A outra solução parece-me bem mais complexa e perigosa, sendo porém praticamente indispensável caso a presidente queira mesmo recuperar o prestígio perdido, condição sine qua non para poder ir a votos com algumas hipóteses de sucesso. Falo de uma corajosa conferência de imprensa, sem limite de duração, de temas ou de participação. Vamos a ela, senhora presidente Anabela? Se for essa a sua opção, só lhe peço uma pequena atenção prévia para comigo. Marque o dito encontro com a informação para depois de 10 de Dezembro. Para eu também poder fazer umas perguntitas que me têm andado a bailar na cabeça...

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