quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Tomar e a vitória de Guterres

É o costume. Agora que Guterres venceu, vamos todos embandeirar em arco, porque se trata de uma magnífica vitória do país. Mas Marcelo, sempre alerta e acutilante quanto baste, foi certeiro. Que bom que tenha ganho o melhor, declarou ele logo que soube do triunfo do antigo primeiro-ministro, de quem já dissera anteriormente que é o melhor de todos nós.
É preciso ter muita classe  e muita coragem para, num país  como o nosso, apoiar e gabar assim  alguém que não é da nossa cor política, mas cujas extraordinárias capacidades reconhecemos. Por conseguinte, ao assim proceder, o nosso presidente demonstrou mais uma vez que também ele está muito acima de nós todos no que toca a envergadura intelectual.
Inversamente, na cada vez mais desgraçada terra que é Tomar, gente pouco dotada e por isso mesquinha sem disso se dar conta, entretem-se desde o 25 de Abril, para o qual nada contribuiu, a apoiar candidatos que nada recomenda, a não ser a presunção. Com o resultado final que todos conhecemos agora, mas que era previsível bem antes, uma vez que nunca ninguém viu um choupo a dar pêras. Desde as primeiras eleições livres que não conseguimos eleger uma lista capaz. Com a notável excepção de António Paiva, que sendo realmente alguém nitidamente acima da média, poude fazer as asneiras que quis e as que não anteviu, por evidente carência de uma oposição digna desse nome e à altura das suas funções.Agora que já começaram as sucessivas manobras para escolher os candidatos e os seus parceiros de lista, talvez não fosse mau os tomarenses todos pensarem pelo menos duas vezes, antes de repetirem as usuais asneiras. Que no meu limitado entendimento resultam de dois sentimentos pouco recomendáveis: inveja e pretensiosismo.
Será finalmente desta que vamos ousar ter a coragem de escolher os melhores, sem olhar aos fatos que vestem ou ao modo como se comportam? Duvido. Mas gostava de ver. E ficaria muito feliz.

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