segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Se fossem só os eleitos...

Não tenho porque me queixar. Preveni logo no recomeço que não queria comentários, e talvez também porque a audiência diária não ultrapassa os 150 leitores, Tomar a dianteira 3 tem escapado à praga dos comentários anónimos. Outro tanto não poderá dizer o José Gaio. Com um leitorado diário de vários milhares, o seu excelente e generalista Tomar na rede recebe e publica por vezes comentários e até opiniões, tudo anónimo ou sob nome suposto, cuja qualidade me abstenho de qualificar, por uma questão de decência.
Demonstra  tal fenómeno que respeitáveis cidadãos eleitores, ao mesmo tempo que são designadamente contra o uso da burka ou do burkini por acharem que todos devemos dar a cara, preferem contudo agir na sombra, acobertados e acobardados pelo anonimato ou pelo nome suposto, quando se trata de opinar na blogosfera de um país onde reina a liberdade de opinião Este sintoma esquizofrénico, digo eu que não sou médico, não augura nada de bom para o futuro desta desgraçada terra. Porque não conheço -e julgo que nunca houve- um exército vencedor de uma guerra sem soldados nem graduados aceitando dar o peito às balas. Por conseguinte, a minha amada Tomar jamais vai conseguir singrar de novo sem uma guerra decidida contra hábitos caducos que nos têm vindo a arrastar para o fosso onde nos vamos enterrando cada vez mais.
Mencionei mais acima "respeitáveis cidadãos" e "graduados". Duas categorias sociais que bastante me preocupam, num outro sintoma da grave doença nabantina. Refiro-me ao para já falhado blogue Tomar opinião. Sete tomarenses, entre os quais duas ou três cabeças das melhores que povoam a cidade, resolveram lançar um blogue "...de artigos de opinião e um espaço de expressão livre e responsável, diversificada e ampla".
Foi há quase seis meses e até agora o resultado é bem magro. Publicaram apenas 47 mensagens, com um pico de 18 em Março e apenas uma em Agosto. Uma média semestral de 6 mensagens por cada bloguista-fundador. Temos de reconhecer que é pouco. Uma lástima mesmo. A mostrar que uma pobre terra em que mesmo os melhores têm entradas de leão mas saídas de sendeiro, nunca poderá ir longe enquanto a sua população não aceitar arejar seriamente a cabeça.
Para que isso aconteça é indispensável que, quanto antes, cada um de nós interiorize esta verdade incómoda: Os eleitos que temos não têm sido nem são realmente de muito boa qualidade. Mas nós, a população em geral, também não. E nunca ninguém viu nespereiras a dar pêssegos...

anfrarebelo@gmail.com

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