sábado, 13 de agosto de 2016

Afinal não encontrei o Lafontaine

É verdade. Fui a Paris e não consegui encontrar-me com o Lafontaine. Mas um seu secretário marcou-me encontro no 60º andar da Torre Montparnasse. Onde foi claro, conciso e objectivo.



Respondendo à sua dúvida, disse-me ele logo após os cumprimentos da praxe, se considerarmos que as cigarras são os dependentes do Estado e as formigas todos os outros, à cabeça dos quais os investidores e os empresários, há uma lei histórica que vou passar a expor-lhe.
A experiência demonstra que,  quando em qualquer país ou qualquer povoação, o total de cigarras ultrapassa um determinado nível por cada mil habitantes, esse país ou essa povoação estão condenados ao desaparecimento a médio/longo prazo. O último grande exemplo é bem conhecido de todos. Trata-se do colapso praticamente simultâneo da Alemanha de Leste e dos restantes países europeus ditos comunistas. Onde forçosamente todos dependiam do Estado que se considerava omnipotente.
Uma vez analisada essa triste ocorrência, conclui-se que essa via rápida para a morte é inexorável quando, seja em que aglomeração humana for, há mais de uma cigarra/funcionário por cada 1500 formigas/ habitantes. Isto porquanto, ultrapassando essa proporção, seja qual for a razão, os impostos produzidos pela labuta das formigas deixam de ser suficientes para sustentar as cigarras. O que força sucessivos aumentos de taxas directas e indirectas, que acabam provocando a debandada das formigas. O que se compreende. Ninguém gosta de ser esfolado vivo.
Regressei a Tomar matutando nestas palavras, e logo tive ocasião de as confirmar na prática, pelo menos em princípio. Numa viagem relâmpago a Espanha, feita ontem, paguei a gasolina a 1,16 euros, contra 1,42 euros em Portugal.  Em cada 5 litros, a diferença dá para pagar mais um litro...O que obviamente beneficia muito as formigas espanholas em relação às portuguesas, todas a laborar no mesmo mercado global...

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