terça-feira, 12 de abril de 2016

Mais uma aselhice

Os adoráveis autarcas que temos primam por comportamentos que eu pelo menos não consigo entender muito bem. Agora, assim de repente, sem qualquer aviso à informação local, resolveram mandar sinalizar na Várzea Grande, lado poente, dois lugares reservados para autocarros. Supõe-se que de turismo. Apenas dois lugares! Quando vierem três autocarros, com alunos para visitar o Museu dos fósforos, o que é usual, o terceiro vai estacionar onde? Junto ao acampamento cigano? Pensando melhor, até que nem seria má ideia organizar visitas guiadas àquela triste curiosidade, logicamente com a colaboração dos seus habitantes. Afinal até eu já paguei e participei numa visita guiada à Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Voltando ao estacionamento e às vistas amplas dos nossos eleitos. Passamos agora a ter no total  8 lugares de estacionamento reservado para autocarros de turismo. Dois na Várzea Grande e seis junto ao Convento. A título de exemplo, a simpática e minúscula vila de Marvão, aninhada nas suas multicentenárias muralhas, oferece aos visitantes seis lugares, seis! de estacionamento para autocarros, mesmo à entrada do castelo. Tantos quantos os existentes no novo parqueamento junto ao Convento de Cristo. Que recebe anualmente quatro vezes mais visitantes que Marvão. Por aqui se pode ver a usual largueza de vistas dos actuais ocupantes dos Paços do Concelho. Que Deus os abençoe e ilumine os meus escritos! Para evitar ser tão agreste...
Resta mencionar um detalhe muito saboroso e bem tomarense. De acordo com a inscrição legalmente obrigatória no dorso dos sinais de trânsito, esta deliberação sobre lugares de estacionamento reservado para autocarros data de Março de 2007. Nove anos para implementar uma deliberação assim tão complexa... vá lá, vá lá! Podia ser bem pior! E mostra mais uma vez que estamos mesmo muito bem servidos.



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