quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Uma história alarmante e triste numa dúzia de imagens

Como tinha de ir comprar um pequeno acessório a Carvalhos de Figueiredo, resolvi alterar o percurso da usual caminhada. Fui e regressei a pé. Não tive problemas. Confesso porém que me senti pouco tranquilo durante o trajecto, que considero muito perigoso. Passo a contar, apoiado nas fotos:

O primeiro sobressalto aconteceu aqui. Após alguns metros a matutar que é preciso ter muito pouco brio profissional para, em pleno século XXI, projectar e/ou aprovar um passeio com apenas 40 centímetros de largo numa área urbana, dei-me conta que simplesmente não havia mais passeio. No limite da cidade!

 Sem passeio, tinha três hipóteses: 1 - Ir pelo meio da erva...

 e pelos charcos, todo contente por estar caminhando no quilómetro 98 da estrada nacional 110, que nos liga a Coimbra, ou 2 -  Ir pelo meio da estrada.

Não tendo tendências suicidas nem masoquistas, optei pela 3ª hipótese. Atravessei a via, mas não me valeu de nada. Do lado oposto, o passeio termina em triângulo, mesmo antes da curva.

Continuei em frente, porém com o credo na boca. Não há valeta, não há passeio nem berma marcada. E também já não tenho idade para ir por cima do muro.

Mesmo onde se mantém a sinalização da berma, anterior às obras do viaduto ferroviário, continua a não haver valeta ou passeio.

Logo a seguir à Capela de S. Lourenço, a demonstrar que o desmazelo não acontece só com a estrada, eis o estado lamentável em que encontra o caminho que durante séculos permitiu à população o acesso ao rio. Até mandaram ou deixaram entulhar a margem.

Mais adiante, outra confirmação do miserável estado de toda aquela zona. Espaço há. Valeta e passeio é que não!

E quando há valeta, não há passeio, nem marcação de berma. Os peões que se desenrasquem!


Foi o que tive de fazer durante todo o percurso. Aqui, já de regresso, vinha mais tranquilo, porque caminhando pela valeta, mas afastado da faixa de rodagem. O que é bem mais seguro, numa curva com pouca visibilidade.

Afinal foi sol de pouca dura. Acabada a valeta, fui forçado a ir para a estrada novamente.

E, sem nenhuma sinalização das bermas, se tivesse sido atropelado, o culpado seria eu, por caminhar em plena faixa de rodagem. Ninguém diria então que não tivera outro recurso, por nem sequer haver bermas marcadas...

Perante tal miséria em plena cidade e na principal via de acesso, os senhores autarcas que temos conseguem dormir descansados? A senhora presidente continua a pensar que a criticam porque a câmara está a trabalhar, como declarou recentemente? Não será exactamente o oposto?
Aquele pequeno passeio na antiga Rua de Coimbra, onde agora a brigada da câmara anda toda entretida quando não chove, era mesmo prioritário em relação a esta desgraça calamitosa, que todos os dias põe em perigo vidas humanas? Tudo isto parece normal ao respeitável presidente da junta urbana, que até mora para as bandas de Carvalhos de Figueiredo?
Trata-se afinal da principal entrada em Tomar, para quem vem de Lisboa ou do sul. As outras duas entradas, a de Coimbra e a de Leiria-Ourém, já têm passeios há anos. Nesta estão há espera de quê? Que haja mortos a lamentar? 

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