quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Tomar consciência

Inopinadamente, a querela tomarense a propósito da péssima mudança de data da Festa Templária, arrastou-me até uma aparente repetição: tomar Tomar. Isto porque, em vez de se abrirem às críticas, os da Templanima afunilam, alambicam. À boa maneira tomarense. De tal forma que já íamos na terceira nona dos idos de Julho de 1190, sem todavia concordar com a data exacta em que o emir Mansor tentou, sem sucesso, tomar Tomar. Isso mesmo: tomar Tomar = conquistar Tomar.
Vai daí, discorri que Tomar a dianteira foi o primeiro blogue a usar o nome da cidade, mas depois vários outros se seguiram, felizmente. E a lista promete alargar-se...
Vejamos. Como pai da criança, escolhi Tomar a dianteira por três razões centrais, a saber: 1- Porque sempre gostei de liderar, de estar mais à frente, de tomar a dianteira; 2 - Porque, para agora estar aqui, teclando estas linhas, foi necessário que, há sete décadas, o meu progenitor resolvesse, ele também, tomar a dianteira, penetrar, gozar e ejacular. Dos milhões de espermatozoides que expeliu então, um conseguiu tomar a dianteira e fecundou um óvulo da minha mãe.  Aqui está o resultado, setenta e tantos anos mais tarde; 3 - Também sempre gostei muito (e continuo a gostar, na medida das minhas reduzidas capacidades), de tomar a dianteira.  Em qualquer posição. Sobretudo na dita do missionário.
Exposta a génese deste blogue, oxalá os mentores de Tomar na rede, Tomar à letra, Tomar opinião e por aí fora ousem fazer outro tanto. É tão divertido brincar com o campo semântico de cada palavra.
Por esta altura, os leitores mais apressados já estarão a pensar -Então e o tomar Tomar? Querem ver que o gajo está a ficar xéxé e se perdeu no raciocínio... Calma amigos! Por enquanto ainda vai tudo bem. Excepto a política local. Vamos lá então.
Após madura reflexão, dou o braço a torcer. E a mão à palmatória: Roberta Ferreira tem toda a razão, ao propor uma parada anual de gays e outros desviantes, que assim teriam ocasião de, por um dia, tomar Tomar.
Sim, porque se já temos Tomar a dianteira, Tomar na rede, Tomar à letra, Tomar nota, bem como o anunciado e mega Tomar opinião, porque não tomar o traseiro (para quem goste) ou tomar no traseiro (igualmente para quem aprecie)?
Chocado, caro leitor? Não é caso para tanto. Se pensar um bocadinho, chegará a uma conclusão que só abona a favor da proposta da Roberta Ferreiro, (nome suposto que invertido (salvo seja!) dá Roberto Ferreira = Palhaço Ferreira). A conclusão é esta: Somos a única cidade do país em que quem sai deixa Tomar atrás. Quer queira quer não. Como está a acontecer aos nabantinos, em matéria de política local. Se lutassem, talvez fosse possivel um dia viver em Tomar a dianteira. Assim, sem interesse, sem protesto, sem luta, nesta apagada e vil tristeza, deixam Tomar atrás. À cautela já fui comprar vaselina. Para aleijar menos...

anfrarebelo@gmail.com

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