segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Se...

Para um jovem e simpático candidato laranja, que almeja voos mais altos:

Se consegues manter a calma
quando à tua volta todos a perdem
e te culpam por isso

Se consegues ter confiança em ti
quando todos de ti duvidam
e aceitas as suas dúvidas

Se consegues esperar sem te cansares da espera
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares alardeando conhecimentos

Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres

Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objectivos

Se consegues encontrar-te com o Triunfo e a Derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo

Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo por que lutaste na vida ficar destruído
e reconstruires tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo

Se consegues num único passo arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares por teres perdido

Se consegues constringir o teu coração os teus nervos e a tua força
para te servirem na tua vez
depois de já não existirem, 
e aguentares quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te impõe "Aguenta-te"

Se consegues falar para multidões
e manteres as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres e agires naturalmente

Se nem inimigos
nem amigos queridos 
te conseguirem ofender

Se todos podem contar contigo
mas ninguém em demasia

Se consegues preencher cada minuto
dando valor a todos os segundos que passam

Tua é a Terra e tudo o que nela existe
E mais ainda:
Tu serás um Homem, meu filho!

Rudyard Kipling, 30/12/1865 - 18/01/1936
Tradução de Vítor Vaz da Silva
Adaptação de A. Rebelo

Tu serás um Homem, meu filho! E poderás vir a ser um grande presidente da câmara, coisa que nunca houve por estas bandas desde o 25 de Abril. Caso reúnas em ti todos aqueles predicados implícitos neste poema de Kipling. Como arrisco afirmar que não será o caso, nem coisa parecida, insisto na minha ideia: Nada melhor que uma eleição primária aberta. Para que não restem dúvidas...

anfrarebelo@gmail.com

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