segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Cenas de caça...ao voto

Noticia a Rádio Hertz que o vereador Tenreiro voltou a interpelar a presidente Anabela, para que lhe forneça  informações sobre sucessivos subsídios a duas associações da casa -a dos bombeiros municipais e a da câmara e serviços municipalizados. Na minha óptica, trata-se apenas de mais uma cena de caça...ao voto.
Tenreiro tem eleições internas previstas para o mês que vem. O que o obriga a ir apresentando trabalho, levantando caça e tentando abatê-la. Sob pena de não conseguir a almejada reeleição A vida politico-partidária é assim. Por isso, com punhos de renda, para não espantar a caça, lá foi dizendo que até apoia também as ditas e meritórias associações, querendo porém saber qual o destino de sucessivos subsídios camarários.
Por seu lado, já na corrida para Outubro do próximo ano, a presidente vai procurando caçar votos na ampla reserva municipal. Usa para isso duas armas bem conhecidas e de eficácia comprovada: Os subsídios às colectividades concelhias e as cedências gratuitas do autocarro, numa indecente concorrência aos industriais do sector, que asseguram emprego e liquidam com língua de palma as suas obrigações fiscais.
É claro que nenhuma destas salganhadas -afinal apenas caça ao voto mal disfarçada- se distingue pela clareza de processos. Nem podia. Tal como acontece de resto com essa outra contestável prática dos presidentes de junta, que para caçar votos organizam anualmente várias excursões gratuitas com comezaina e bailarico, oficialmente só para a 3ª idade, mas afinal para quem apareça, desde que seja eleitor na freguesia...
Não havendo clareza de processos nem de intenções, é lógico que à presidente do executivo não interessa revelar detalhes. Pelo contrário. Lá diz o ditado que o segredo é a alma do negócio. Foi o que aconteceu mais uma vez. A simpática Anabela respondeu polidamente ao seu colega de executivo, mas negou de facto os elementos solicitados. Atitude particularmente grave nesta altura do mandato.
Como é comum dizer-se, à mulher de César não lhe basta ser séria. Tem de parecê-lo. E quando acaba de ser forçada a exilar o seu César, a coisa é ainda mais necessária. Resta agora saber se o vereador Tenreiro resolve ser duro, ou continuar tenrinho como até aqui. Se for duro e recto, apresentará na próxima reunião do executivo um pedido escrito, ao abrigo do disposto no artigo 5º da Lei 46/2007 - Lei do direito à informação. E aí a presidente não se pode refugiar em conversas de circunstância. Terá mesmo de fornecer os elementos solicitados, no prazo legalmente estipulado. Ou pelo menos facultá-los para consulta.
Caso o bom do João prefira continuar tenrinho, para não assustar prematuramente a caça nem ferir as conveniências do momento, então terei de ser eu a desencadear o processo. Indo até aos tribunais...administrativos se necessário for.
Aqui fica o repto. Sem qualquer ambiguidade, porque eu não ando na caça ao voto.  

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